quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Natal na Itália




O Natal em Itália

Na minha infância era a festa mais esperada, a ansiedade era total, mesmo na pobreza do pós guerra, algo jamais visto na rica América. Contávamos os dias para o início do "Natale" que começava em 8 de dezembro e ia até a "vecchia
 befana" ou Epifânia ou o Dia de Reis
Naquelas cozinhas enormes, brancas e cheirosíssimas - aromas e perfumes raros hoje - peixes e frutos do mar, de todo tipo e variedade, stocafisso (bacalhau) e anguila capitone (enguia), massas recheadas e molhos insuperáveis de "pomodori sechi" ou de creme fresco com o queijo Pecorino original, sopas únicas, pães "caseracio" e mais, muito mais.
O Natal continua a maior festa da "Bell´Itália", nenhuma outra reúne tanto a família, os amigos e, até, os inimigos, todos em volta da "tavola" com toalhas vermelhas ou verdes, muitas de antigos enxovais, e exibindo tradições, de região a região, totalmente diferentes. Um patrimônio cultural riquíssimo, talvez único, onde se misturam religião, superstições e uma gastronomia inigualável e milenar.O Natal foi introduzido como festa cristã no século lV do Império Romano, antes do Natal cristão era a festa do Fogo e do Sol. Na antiga Roma havia os Saturnais em homenagem a Saturno, o deus da agricultura. Era um período de paz ( os romanos viviam em guerras ininterruptas) trocavam presentes e principalmente pródigos banquetes pantagruélicos.
Atualmente, o Natal italiano, e no mundo cristão, vem de tradições inauguradas no século 19 e é nesta festa onde vemos como o italiano é muito envolvido com antigas tradições religiosas e adepto da "Gula Natalina. Não haveria como citar todas as tradições gastronômicas do Natal italiano. Mas, tenho certeza que hoje, nas "Tavolas di Natale" do mundo todo, a Itália se faz presente, pois é impossível pensar em Natal sem Panetone nas mesas natalinas.
Costumes e superstições do natal italiano
São milhares e milenares os costumes e superstições do Natal italiano. Impossível citar todas mas, relacionei algumas delas, as mais comuns a várias regiões, e que, através de séculos, foram passadas para outras culturas e se tornaram "símbolo natalino", como o Azevinho. Em quase todas as regiões, o fogo deve estar sempre acesso na noite da Natal até o dia seguinte. Também é costume trocar de roupa, uma camisa velha por uma nova, por exemplo, para proteção contra as doenças.
Em algumas regiões na mesa do jantar da vigília so pode ter 13 variedades de comidas.Cada região que possui este costume tem seus próprios 13 pratos favoritos.
Outra tradição (desta senti falta no Brasil) - no almoço do dia de Natal, as crianças escreviam cartas para os pais e a colocavam embaixo do prato, se desculpando pelos "erros" cometidos durante o ano. Os pais então, liam, abraçavem e beijavam os filhos, e davam dinheiro de presente para cada um deles.

                                                                  Maria João Sadio

                                                                      
                                                   

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